Olinda: O Carnaval Mais Democrático do Mundo

Olá leitores foliões, feliz 2015!!!

Agora sim, o ano começou e queria falar sobre a minha última viagem, que foi para a terra do carnaval mais democrático do mundo: Olinda!!!

"Bonecos de Olinda - Pernambuco, Brasil" por Prefeitura de Olinda - Flickr. Licenciado sob CC BY 2.0, via Wikimedia Commons

Se você não ouviu falar do carnaval de Olinda então você acabou de chegar no Brasil, seja muito bem vindo!

A última vez que fui à um carnaval em Olinda foi em 1999 com meus primos recifenses Ju, Lu e Geo (beijos para vcs) e desde então todos os anos me prometia voltar mas sempre tinha uma coisa ou outra e os planos acabavam mudando. Este ano, inclusive, foi um desses que o plano QUASE deu errado de um todo. Meu plano era passarmos todo o carnaval em Olinda só que calhou de eu trabalhar alguns dias no Carnaval e tive que desistir dos planos Smiley chorando e eu já tinha desistido quando na semana que antecedia o carnaval, tipo na quinta-feira, conversando com uns amigos (que estavam me matando de inveja porque iriam passar o carnaval em Olinda Smiley guardando segredo )me deu um estalo: e se fizermos um “bate-e-volta” ? Comecei a pesquisar e sem muito esforço no Google encontrei pelo menos 5 agências que estavam oferencendo este pacote. É verdade que algumas eu não conhecia, não tinha a menor referência e fiquei com o nariz meio torto mas a Mariama Turismo eu conhecia.

Eram dois pacotes: sábado com Galo da Madrugada e Olinda ou Domingão só com Olinda, ambos R$ 135,00.
Confesso que fiquei balançado pois o Galo da Madrugada também é show de bola (na verdade, na verdade queria era ir nos dois dias), mas era justamente no sábado que eu ia trabalhar então não ia rolar… Então fechamos no domingo.

A saída estava marcada para as 05:00h então posso dizer que não dormi foi nada. Foi uma tensão só. Maior ainda para conseguir um táxi. Pera, estou me adiantando.
Coloquei o despertador para tocar as 04:20h só que só fui dormir efetivamente às 03:19h então imagine aí quando ele tocou. Ah, detalhe: meu relógio estava no hórário de verão então ele tocou uma hora antes. Ajustei novamente e fui dormir… cabou que dormi demais. Acordei num pulo às 04:40h e a dificuldade foi conseguir uma porcaria de um táxi que sempre tem à disposição, menos quando eu preciso. Smiley bravo Mas quando consegui ele chegou rápido; tão rápido que esqueci de colocar os tênis e só percebi quando cheguei no local de embarque(precisamente às 05:01h), com o ônibus pronto para zarpar #SQN

Ainda esperamos, esperamos, esperamos… e às 05:35h foi feito uma “votação” no ônibus para zarparmos e não esperamos mais. Quem chegou, chegou e brasileiro tem que aprender a cumprir horário. Isso teria dado tempo de eu ir em casa pegar o tênis umas 10x. Osso! Já imaginaram OLINDA com sandália japonesa?

A viagem em si foi uma merda. Uma galera fazendo barulho, não deixava ninguém dormir (eram 05 da manhã, poxa!) e sempre que eu estava quase cochilando vinha um fazendo barulho até que desisti das sonecas.

Eu sou guia de turismo regional; eu sei como funcionam algumas coisas; por exemplo: os guias te levam para comer, comprar artesanato, fazer excursão nos locais que ele tem parceria e ganham comissão. Sim caros turistas incautos, nada nas excursões é por acaso e eu entendo, o guia tem que sobreviver, mas daí a nos levar para tomar café da manhã num local chamado O Rei das Coxinhas é demais!!! Fritura – e sou louco por fritura – no café não rola, gente. Pelas caridades, vamos ter bom senso. Café da manhã é cuscuz, ovo, macaxeira, guisado!!! Porcaria de coxinha. Nã!

Finalmente chegamos em Olinda e acho que a maioria vai começar é a ler daqui Smiley piscando e não os condeno por isso; o dom da síntese ainda está perdido dentro de mim.
Para facilitar vou colocar uma tag, ok?


Olinda: O Carnaval de antigamente nos dias de hoje

Como é o Carnaval de Olinda?

O Carnaval de Olinda é aquele típico carnaval de rua, com pessoas fantasiadas, dançando e pulando atrás de blocos de carnaval (nada de trios, guitarras, baixos, nada elétrico, graças à Momo), não tem cordas, não tem classes sociais. É só você, sua fantasia e as ladeiras de Olinda, ô coisa boa!

O Carnaval não acontece na cidade toda mas sim no centro histórico da cidade, com construções preservadas e ladeiras imponentes, por isso que eu digo que tem que ter tomado um bom café da manhã.

Pode parecer estranho este formato de carnaval, diferente do que estamos acostumados, mas é isso mesmo. Você está andando em uma rua e de repente vem o bloco e é só segui-lo; na frente, atrás, de lado, quando quiser, para, espera o próximo e vai de novo; não tem muita matemática.

É obrigado usar fantasia?

Lógico que não, mas a maioria vai nem que seja coberto de papel filme, cartolina… Pode ir à paisana, mas fantasiado é mais legal.

Olinda no carnaval é perigosa?

No ônibus o guia tocou o maior terror. Recomendou todos deixarem os celulares dentro dos ônibus (mais pra frente falo a merda que isso deu), se ligar com brincos tipo “argola”, pulseiras e colares.
Bom, pra começar, você está indo com corrente de OURO para um carnaval de RUA? Meu amigo, boa sorte! Vamos e convenhamos, né? Bom senso!!!
Mas não era esse o caso. A maioria só tinha de valor o celular e outros já prevenidos estavam levando os caquinho chiador da vida. Eu tinha separado o celular peba mas com uma ótima câmera, um Sony Ericson w580i. Eu adoro esse celular, mas fui obrigado e substituí-lo e deixá-lo nessa função de celular de apoio, só que na pressa do táxi acabei esquecendo.

Mas para responder a pergunta eu não vi nem soube de roubos em Olinda. Gente, é um mar de gente, tem empurra-empurra, e sim, corre o risco de alguém meter a mão no teu bolso e te livrar de um peso, mas é só tomar aqueles cuidados quando se anda em multidões.
A cidade tinha polícia na rua mas menos do que vi na última vez que fui e amigos meus que estão indo nestes útimos anos falaram que o policiamento estava diminuindo. Não sei era o horário, se os assaltantes estão de folga, não sei. Mas sei que vimos muita gente com iPhones caros (pera, existe iPhone barato Smiley confuso ) câmeras GoPro e outros acessórios, fazendo suas selfies sem serem incomodados e sem preocupações.
Então acho que vai muito da sua postura e dos cuidados que se tem.
Porém já me disseram que após as 18h Olinda fica meio perigosa e de fato, 17:00h, 17:30h a multidão que estava deixando o centro histórico era gigantesca.

Olinda é cara?

Não! É até barata. Não conheço festa popular que venda Skol Latão a 4 por R$ 10,00. Com R$ 30,00 toma cerveja a vontade e para comer qualquer R$ 10,00 dá uma refeição. Vale a pena. Além disso, se tiveres disposição, leva a sua geladeira, seu cooler, escolhe uma sombra e fica na boa.

Tem muita briga, violência…

Não que tenha visto. Para não dizer que não vi nenhuma, lá pelas 17h vi uma briga iniciar e os foliões começaram a vaiar e a gritar “não sabem brincar [carnaval]” e a briga acabou rapidinho. Pelo menos neste ano foi muito tranquilo.

Recomenda Olinda?

Alguém não recomenda!? Até alguns habitantes ilustres de Springfield estavam na festa, por que vc não?

Só se você não gostar de carnaval ou sofrer de agorafobia… Smiley mostrando a língua

sIMPSONS

Anotação Olinda, quero cantar
A ti, esta canção
Teus coqueirais, o teu sol, o teu mar
Faz vibrar meu coração
De amor a sonhar, minha olinda sem igual
Salve o teu carnaval Anotação


10 Coisas que odeio em excursões

Lembram que eu ia falar da merda que deu a história de deixar o celular no ônibus? Aproveitei para fazer este post duplo com as 10 coisas que eu odeio em excursões e as 10 coisas que gosto em excursões.

01 – O Preço
A depender do local, do número de pessoas do seu grupo um pacote em uma excursão pode sair do dobro ao triplo do que se você fizesse por conta;

02 – O Grupo
Grupos de excursão já tem as figurinhas tarimbadas: tem o pão duro, que acha tudo caro, restaurante que se para, entrada da atração mas adora o que é de graça (quem não), o amigo de todos, que quer porque quer ser o mais simpático, o mais solícito o mais desenrolado; tem o “pegador”, o chato que só fala de quantas pegou ou vai pegar; e claro, o chato, que faz todos os anteriores se dobrarem à sua vontade de ouvir som quando todos querem dormir.

03 – O Guia
Mas este se aplica para os guias chatos ou preguiçosos. Nessa viagem foi o caso. Eu considero fundamental para qualquer guia passar as informações básicas sobre a cidade, especialmente se é a primeira vez de alguém do grupo. Um pouquinho da história do local, o clima, o número de habitantes, como começou o carnaval e como tomou essa proporção (neste caso específico) são informações interessantes, além, claro, dos melhores e piores locais para ficar. É o mínimo e não teve nada disso. Aliás, faltou foi informações. Mostraram onde era o ponto de encontro e deu um sonoro “bom carnaval” e se foi, desapareceu na multidão…

04 – Horários
Se tem horário, vamos cumprir. Mas por vezes estamos no melhor da festa, queremos ficar mais um pouco e temos que ir… ô dó.

05 – Poltronas dos Ônibus/ Microonibus
Sabe aquele sem noção que está sentado à sua frente e deita toda a poltrona não te deixando outra opção a não ser fazer o mesmo, causando um verdadeiro efeito dominó e suas pernas, joelhos que se danem? Pois é. E tome contorcionismo para ir ao banheiro.

06 – Os “bêbos”
Aguentar seus amigos ébrios já é ruim mas se leva na esportiva que amanhã eles vão cuidar de você mas outros que você nunca viu (ou quer) ver na vida? Poxa! Haja paciência!

07 – Os drogados
Sinceramente não sei qual é o pior. Nesta viagem teve um caso de um passageiro que, acredito eu (graças a Deus não sei, tampouco quero saber), pelos sintomas tomou ecstasy (so vimos tomando uma pílula oferecida por outro passageiro e fazendo um comentário: “sabia que isso ia rolar”) e fez da volta uma viagem dos infernos. A pessoa simplesmente não conseguia ficar parado. Dançava, gritava, cantava, dava em cima de todo mundo, perturbou até quem perturbou a viagem na ida (e isso eu achei bom!!!). Lá pelas tantas os amigos mandavam dormir e respondia “eu não consigo!”. Aí deu pena da pessoa. Percebi que não era normal mesmo. Simplesmente não conseguia desligar. Triste, viu? Jovens, velhos, meia idade: drogas não, ok?

08 – O serviço de bordo
Acho que pelo preço que se paga em algumas excursões, dá para oferecer um lanchinho melhor, né não?

09 – As Paradas
Como falei antes é uma merda. As vezes se dá sorte e tem um lugar legal para parar, comer, usar o banheiro, e sim, eu sei que é impossível agradar a 45 pessoas e sempre uma vai reclamar, mas tem paradas que… né?

10 – Esquecer passageiros
Quando eu trabalhei como guia meu lema era o mesmo dos fuzileiros: No man is left behind (Nenhum homem é deixado para trás). Veio comigo? Volta comigo! A menos que tivesse expressado claramente que não iria voltar.
Isso virou meu lema depois que fui esquecido, ainda no meu estágio de guia de turismo, na praia de Punaú.
Depois fui esquecido nas ruínas de Saqsaywaman em Cuzco, Peru, nessa ocasião eu era um passageiro!!!
Uma coisa é você perder a saída da excursão em sua casa, na sua cidade. Mas o que vi nesta excursão beirou a gigantesca irresponsabilidade.

A saida para casa estava marcada para às 18h com ponto de encontro definido na entrada de Olinda às 17:30h. ´
Só que como falei antes nem o horário nem o ponto de encontro ficou cristalino para todos. E na volta o guia andou muito rápido, não olhava para trás, simplesmente foi na frente e deu no que deu… no caminho para o ônibus um casal se perdeu.
E ficou o ônibus inteiro esperando este casal.
Aí vc diz: e por que não ligou? Ligou sim! Só que eles seguiram a orientação do mesmo guia e deixaram o celular no ônibus. Smiley confuso
40 minutos de espera e veem com a proposta imoral de ir embora pois eles não estavam no local no horário (mentira, estavam sim, mas se perderam no caminho) e que nos casos anteriores as pessoas tinham ficado por escolha.
Gente, eu me pergunto: as coisas deles estavam no ônibus, eles estavam no ponto de encontro no horário, os amigos deles estavam no ônibus, eles iam ficar?
Lógico que eu estava cansado, claro que eu queria zarpar e chegar cedo em casa, mas não sabíamos o que tinha acontecido, se eles teriam dinheiro para voltar, como eles iriam voltar, tantas variáveis que nem vale citar.
Voltando a proposta, queriam votar a permanência, mas só ficaríamos se fosse unânime. Se um quisesse voltar, todos iríamos voltar. Na minha opinião tinha que ser o contrário.
Enfim, a cordenadora (ou dona, sei lá) da agência chamou o guia e deu ordem para zarpar. Pois assim que o ônibus fechou a porta o casal chegou. Eles tinham se perdido, de fato.
E é isso gente. Às vezes é o turista que quer ficar, às vezes é desleixo, mas se o guia tivesse ido um pouquinho mais devagar, ou andasse atrás do seu grupo e se os passageiros também prestassem mais atenção, tudo isso teria sido evitado.

#FicaaDica quando estiver viajando em excursões.


E você? Tem algum causo para contar? O que você odeia em excursões?  Fala aí! Deixa seu comment!

Esse post é dedicado à Letícia de Paula Câmara, filha dos meus afilhados Wisnner e Patrícia, que acabou de nascer!!! Seja muito bem vinda Lelê. E também à minha sobrinha linda, maravilhosa, o grande amor da minha vida, Isabelly, que amanha fará 08 anos de muita alegria.Parabéns!!!

R.M.

In God we trust!

Post escrito ao som de Teatro Mágico e Nativus, hoje sem beverages.

2 comentários sobre “Olinda: O Carnaval Mais Democrático do Mundo

  1. Realmente, excursões tem desses causos, muitas vezes, extremamente desagradável para nós viajantes. Mas, acredito que vale a viagem, aprendemos muito com tudo, até con coisas ruins. rsrsrs.,.

    Parabéns pelo post!

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